26 de março de 2018

O RACISMO

O racismo é uma realidade inegável que diariamente afeta milhões de pessoas, embora às vezes de forma indireta. Segundo dados divulgados em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 53,3% da população brasileira é negra, porém esses dados revelam que a grande parte da população sofre ou já sofreram algum tipo de violência em virtude de sua cor de pele. Dados estatísticos apontam que atualmente de cada 100 pessoas assassinadas 71 são negras. Sabemos que o tom da pele não define caráter, pois trata-se de um fator biológico a quantidade de concentração de melanina é que irá definir a tonalidade da pele de cada indivíduo, se mais ou menos escura. Como já dizia (Martin Luther King) “Eu tenho um sonho, o sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele”. No entanto, cabe-se pontuar a injúria como ato característico mais logrado atualmente. A exemplo os casos ocorridos no futebol, como do atleta do Cruzeiro de Minas Gerais (Tinga), que foi ofendido com manifestações racistas no jogo da Copa Libertadores da América no Peru. Temos também casos nacionais como o do jogador do Santos o volante (Arouca) que foi xingado de “macacão” pela torcida do Mogi Mirim, esses são uns dos casos de maiores repercussões, entretanto são existentes outros milhares de casos diariamente em nosso país. Devido as políticas de conscientização e os anseios da população, principalmente da que mais é tocada, o racismo e a injúria já deveriam ter sido abolidos especialmente se tratando do Brasil, que é um país altamente miscigenado. No entanto, a prática do racismo propriamente dito, por sua vez, devido ter a previsão de penas mais rígidas e ser considerado crime inafiançável e imprescritível pela Constituição Federal, tem decorrência mais exclusas de forma a não serem de tão fácil identificação, quanto os casos de injúria. O que exemplifica bem esses atos mascarados, são casos em que pessoas negras são desclassificadas nos processos de seleções de preenchimentos de vagas no mercado de trabalho privado, onde esses currículos nem sempre analisados de forma a considerarem as qualificações e sim a aparência, onde por muitas são contratados profissionais menos qualificados pelo simples fato de serem brancos. No entanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. Haja vista que as existentes embora surjam efeito, ainda não chegou no índice adequado. Portanto, se faz indispensável o aprimoramento e a intensificação das mesmas no tocante aos órgãos públicos. Todavia, essas medidas só terão a eficácia desejada se a sociedade tomar para si a responsabilidade do exercício das ações propostas. Por outro lado, também é primordial a participação mais efetiva das instituições privadas, uma vez que estas exercem um poder imensurável sobre a sociedade, no que diz respeito ao financeiro. A unificação das três forças (sociedade, iniciativa publica e privada) é de suma importância para lograrmos êxito nessa caminhada rumo à erradicação ou minimização desse problema cada vez mais crescente. Para que assim tenhamos uma sociedade que não imponha barreiras e limitações para milhões de pessoas somente pelo simples fato de ter o tom da pele “diferente” do padrão imposto por uma identificação pejorativa.

 Autor: Jenilson Santos Novaes

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